Às vésperas
do Movimento das Diretas Já, foi lançado o filme “Pra Frente Brasil”. Para a
época, uma audaciosa “ficção” de fatos políticos que estariam ocorrendo em
nosso país. Mas, um fiel retrato da realidade sob a qual nossa sociedade se
encontrava. De forma audaciosa, este filme reviveu um período de alienação
cujos holofotes estavam direcionados aos craques da seleção brasileira que
disputava a Copa do Mundo de 1970. Pelé, Gérson, Rivelino e outros passeavam
pelos gramados dos estádios mexicanos enquanto os(as) que lutavam por
democracia eram arrastados(as) pelos corredores dos porões da ditadura. A
história do personagem Jofre, um apolítico preso por engano pelos aparatos da
repressão, vai mostrando a transformação de todos envolvidos em torno do seu
desaparecimento no momento em que são afetados por elementos político-sociais
até então ignorados no cotidiano de suas vidas. Considerados subversivos,
comunistas (“esta gente existe”) e “sensibilizados” a desistirem de suas
buscas, igualmente passam a serem perseguidos por importunarem o sistema
(empresários corruptos, esquadrões da morte, interferência estrangeira, estado
opressor, mídia complacente, justiça omissa). Assim como Jofre, que pagava seus
impostos, tinha emprego, filhos, família, documentos, questionava o fato de que
ninguém tinha o direito de fazer aquilo com ele, ou seja, a prisão ilegal e a
tortura a que foi submetido, milhares também se perguntavam: onde estavam seus
direitos? Não há direitos num Estado totalitário e a ignorância pode até ser
uma benção. Afinal, melhor comemorar um gol do que expressar suas opiniões.
Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".
Direção: Roberto Faria
Questões:
1) Qual a
imagem que você tira do período ditatorial a partir do filme?
2) Qual sua
posição em relação à tortura? Ela se justifica na busca de uma informação por
parte do Estado?
3) Como
aparecem os militares no roteiro do filme? Que posição ocupam? Como se
comportam?
4) Como o
filme aborda a censura?
5) O que
acontece com as pessoas que contestam o sistema. Qual seria a sua posição?
6) O que
acontece com quem denuncia ou serve de testemunha sobre os atos dos agentes do
governo da ditadura?
7) A dupla
entende que o futebol foi uma forma de propaganda utilizada pela ditadura?
Justifique.
8) Onde
estão os direitos de Jofre? Há noção de justiça na situação deste personagem?
9) O Estado
(governo ditatorial) têm o direito de agir desta forma em relação aos seus
cidadãos? Mesmo aos que lhe fazem oposição? Explique!
10) Como os
estadunidenses (norte-americanos) aparecem no filme? Qual o seu papel?
11) Jofre se
considerava apolítico. Isso o livrou da perseguição? Será que Jofre tinha
consciência da realidade política do país mesmo se colocando como apolítico?
Interprete.
12)
Pesquise o que foram os órgãos DOI-CODI durante a ditadura militar. No filme,
você identifica esses órgãos? Como são representados?
13) Como a
polícia se comportou? Comentem e façam considerações próprias.
14) Quem
eram os chamados subversivos ou “terroristas” na sua visão?
15) Faça
uma análise da atuação de determinados empresários, como o dono da empresa que
acabou demitindo tanto Miguel como Jofre. Como atuavam durante a repressão?
Pelo que pagavam? O que acabavam financiando?
16) O que
representava o personagem Garcia?
17)
Ditadura Nunca Mais é um dos muitos lemas proferidos por aqueles que defendem a
democracia. Como você interpreta esse lema? Considera justo? Por quê?
18) No final do filme, em algumas versões, diz tratar-se de um filme de ficção. Considerando seus estudos, você concorda com essa definição? Em parte ou no todo? Explique! (Procure pesquisar o que é uma obra de ficção e uma baseada em fatos reais).
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